quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Smile

Sobre as evidências que expressamos no rosto, serão essas da responsabilidade do Sol, poderemos atribuir-lhe (ou à temperatura) a não constância dos nossos humores? Será culpa do andar da vida, do não andar, ou do achar que a vida não anda? Será um dever político, «daqueles do governo» comporem-nos os problemas ao ponto de um conforto de poltrona? Poderá tratar-se de um encargo externo, algo a empurrar-nos os músculos para o lado que mais nos convém, ou não convém, ou que achamos que nunca nos há-de convir? Se calhar também respiramos porque à nascença nos implantam um micro-circuito qualquer que nos permite estar vivos. Ou, porventura, somos só nós que somos donos de nós próprios. Convém esta liberdade de sabermos que estamos entregues a nós mesmos. E então podemos escolher determinar os nossos passos e esquecer as fugas infinitas que fazemos aos espelhos do presente. Mas também podemos ficar um pouco ali, em frente a nós, a aprender a gostar do que espelhamos. A ver como somos bonitos, ou, se muito modestos, a reparar como a natureza é sã e aplicada na sua função criadora. O nosso rosto diz muito sobre nós. Uma expressão é muitas vezes a ilustração de um sentimento. Não me importa a dimensão dos vincos, a parte em que os olhos ficam mais pequeninos, ou se as maças do rosto se elevam. Gosto mesmo é da expressão e de descobrir o sorriso. E há pessoas que sorriem sem moverem um milímetro de pele.

Thsuki-no-hikari by Igor Mitoraj,
nas dunas do Museum Beelden aan Zee, Den Haag
(c/ Panasonic DMC-G5)
Mas este blog é sobre música e eu nunca me esqueço disso. Gosto de falar sobre canções e, a propósito deste texto, todas as manhãs quando ouço o despertador, acordo com o Sol dentro de mim, nesta maneira particular de sorrir:

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